Artigo: Lenin, 153 anos de nascimento. Sua importância histórica à classe trabalhadora!


Por Alexandre Guedes (Diretor de Comunicação do SINAI-RN e servidor do DETRAN/RN)

Há 153 anos nascia Lenin. Seu nome de registro é Vladimir Ilyich Ulianov. Lenin é um de seus inúmeros pseudônimos para fugir da perseguição da polícia do czar russo Alexandre III no final do Século XIX e início do Século XX.

Lenin foi o principal teórico marxista de sua época. Esteve à frente da maior conquista da classe operária mundial em sua luta contra o capitalismo e construção de uma outra sociedade: Uma Revolução de caráter socialista na Rússia em 1917, ampliada para a URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Além de dirigente revolucionário, Lenin também era um grande teórico. O dirigente do Partido Bolchevique afirmava com muita convicção que “Sem teoria revolucionária não há movimento revolucionário”. Sua vasta obra é uma imensa contribuição à política, a sociologia, a economia, a história, as ciências e à filosofia.

Nesse aspecto, continuando o trabalho incansável de Karl Marx e Engels, precursores do comunismo científico, Lenin deu grande contribuição para a transformação da vida no planeta. Sua existência contribuiu para que muitas gerações de trabalhadores enxergassem na classe operária internacional o caminho para o protagonismo de sua história, sem se condenar a uma existência de submissão aos capitalistas.

Algumas obras escritas: O desenvolvimento do capitalismo na Rússia (1899); Que fazer (1902); Imperialismo, fase superior do capitalismo (1917); o Estado e a Revolução (1918); Esquerdismo, doença infantil do comunismo (1920), etc, mostram o quanto Lenin dedicou toda uma vida para contribuir com o avanço da sociedade a um outro patamar, onde fosse banida a exploração do homem pelo homem e toda o forma de opressão. Contribuiu ainda decididamente na construção da principal ferramenta para dar conta dessa tarefa: construir um partido revolucionário. Na Rússia ajudou na construção do Partido Bolchevique. Uma organização de luta e independente de governos e de patrões.

Lenin era um homem simples. Gostava de gatos, andar de bicicleta, fazer caminhadas nas montanhas e florestas e jogava xadrez muito bem. Mesmo depois da tomada do poder pela Revolução, que o conduziu a situação de principal dirigente do recém-criado Estado Operário (o primeiro da história), continuava a levar uma vida modesta em um pequeno apartamento que mal o acomodava, à sua companheira Nadejda Krupskaia, que também foi uma dirigente revolucionária, e a sua irmã.

A melhor homenagem que possamos prestar ao homem que contribuiu com a possibilidade de libertação da classe trabalhadora mundial e demais setores explorados é resgatar sua memória e sua história, a desvencilhando de duas grandes mentiras a seu respeito. A proferida por Stálin, sucessor de Lenin, após sua morte, que criou a “teoria do socialismo num só país”, que não se sustentava na prática e, se apoiando no grande carisma conquistado por Lenin frente as massas, propagou uma caricatura grotesca a respeito de sua vida e obra. Desenvolveu o culto a personalidade, o converteu a ídolo oficial, construiu mausoléu, tudo que Lenin repudiava. Por outro lado, o imperialismo usou sua máquina de propaganda para transformar Lenin em um ditador assassino, muitas vezes utilizando os crimes cometidos por Stálin para reforçar essa campanha de mentiras.

A revolução russa provou para a humanidade que o capitalismo pode ser derrotado. A construção de um Estado Operário, com uma Democracia Operária, foi uma verdadeira ditadura para o capital. Nesse Estado, ainda em transição para o socialismo, as mulheres ganharam direitos iguais aos dos homens, nas Leis e na vida prática. Creches, refeitórios e lavanderias públicas foram construídas. Trabalho igual, salário igual, Lei que garantiu a homens e mulheres, numa mesma função, ganharem os mesmos salários. Uma verdadeira reforma agrária ocorreu. A Rússia foi retirada da 1ª Guerra Mundial (1914-1918), garantindo-se o cumprimento das palavras de ordem da revolução: “Pão, Paz e Terra”.

Na educação houve a transformação de um país de analfabetos a um país alfabetizado em poucos anos. Mesmo que, após a morte de Lenin, as conquistas da revolução passaram a ser paulatinamente atacadas pelo imperialismo e o stalinismo, até a restauração do próprio capitalismo na década de 1980, com a Perestroika, a história registra a possibilidade de mudar não só de governos em períodos eleitorais, mas de mudarmos de sistema e regime.

A construção da URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – apontou um caminho diferente para a humanidade, distinto do capitalismo.

Portanto, para todos que vivem de vender, ou tentar vender, sua força de trabalho para sua sobrevivência, falar de Lenin e de sua contribuição a luta da humanidade para suplantar uma sociedade de sofrimento e dor, que é o capitalismo e erguer em seu lugar uma sociedade Socialista, onde os que trabalham governam, tem uma importância vital para que a esmagadora maioria da humanidade tome as rédeas do seu destino. Viva os 153 de Lenin!