Servidores buscam voltar a receber horas extras e adicional noturno


Fonte: Diário de Natal
Cidades
Edição de quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Mais uma categoria entra em greve hoje no Estado. Agora é a vez dos servidores da Fundação Estadual da Criança e do Adolescente (Fundac) que buscam voltar a receberem horas extras e do adicional noturno, que forma retidados dos trabalhadores. Os valores suspensos são referentes ao último mês de dezembro e de janeiro deste ano, e será deflagrada com maior força nas unidades que mantêm os adolescentes apreendidos em todo o Rio Grande do Norte.

Desde o dia 13 de janeiro que o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Administração Indireta (Sinai-RN), Santino Arruda Silva, procura marcar uma audiência com a Secretaria Estadual de Administração e dos Recursos Humanos (Searh) com o objetivo de discutir a situação atual dos servidores. "Anunciamos a greve com antecedência e queremos ver essa situação resolvida o mais rápido possível", relata o presidente. "Estamos dispostos a ouvir e a dialogar com o governo", completa.

Segundo Santino Arruda, as horas extras são permanentes pela falta de pessoal suficiente e não há como suprir as necessidades dos Centros Educacionais (Ceducs) e do Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Infrator (CIAD) uma vez que o Governo coibiu o pagamento de horas extras desde janeiro. O pagamento na folha é previsto para o dia 20 de cada mês. "Com a coibição, não receberemos as horas extras relativas ao mês de dezembro, nem janeiro", disse Santino. "Outro fator de reclamação é o não do pagamento das férias (1/3 a mais do salário) suspenso desde outubro do ano passado", completa.

De acordo com o Sinai/RN, durante a paralisação dos servidores ficarão garantidos os 30% dos funcionários, conforme prediz a lei trabalhista, sendo a maioria do setor de alimentação e saúde dos Ceducs. Também não será possível o atendimento da parte dos assistentes sociais nem dos pedagogos aos menores infratores, que serão normalmente apreendidos e encarcerados pelos plantonistas, porém sem audiência.

Outro tópico a ser discutido são as condições das instalações nos Ceducs que não atendem à demanda de infratores e que serão ainda mais prejudicados pois ficarão presos nas celas sem direito à ida ao espaço para atividades fisícas e banho solar. "Apoiamos o governo em relação à contenção de gastos, mas não podemos ficar imunes diante do não cumprimento dos nossos direitos", finalizou Santino. A reportagem do Diário de Natal tentou contatar com Paulo de Tarso, chefe Gabinete Civil do Estado, que não atendeu às nossas ligações. (Alex Costa)